Sistemas de ar-condicionado automotivo têm ganhado espaço no mercado nos últimos anos. Se antes o componente era voltado apenas para veículos de luxo, hoje é um diferencial para todas as categorias por oferecer mais conforto a motoristas profissionais e também para aqueles que utilizam os carros para ir de casa ao trabalho ou para passeios ocasionais. Alguns dos aplicativos de viagens, por exemplo, exigem o recurso para o cadastramento de prestadores de serviços.

No atual cenário, o setor também tem sido impactado por um interesse maior de empresas e consumidores na qualidade do ar, principalmente, após o biênio 2020-2021, marcado pela pandemia de covid-19. Segundo o professor Sérgio Eugênio da Silva, presidente do Departamento Nacional de Ar Condicionado Automotivo e Agrícola da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar condicionado, Ventilação e Aquecimento (ABRAVA) e coordenador da “Ilha do Ar-Condicionado Automotivo” da FEBRAVA, a demanda possibilitou o surgimento de players e tem impulsionado o desenvolvimento de novas soluções.

“O ar-condicionado tem atraído interesse de outros setores no segmento automotivo pois é um item essencial nas grandes cidades por motivos de segurança e também o conforto que proporciona. Hoje, existem pessoas que viajam o mundo todo atrás de novidades para o mercado nacional. As empresas também investem muito em projetos, desde ferramentas e equipamentos para melhoria no diagnóstico, na montagem e nos processos de trabalho. Surgiram nos últimos anos diversas microempresas, distribuidores, importadores devido à demanda reprimida que havia no setor”, afirma.

Uma das indústrias que têm contribuído para o crescimento da área é a de “veículos pesados, que está andando de vento em popa com crescimento de 20% ao ano”, ressalta o coordenador. O mercado de ar-condicionado automotivo também tem sido impactado pelos modelos de veículos híbridos e elétricos. Tais tecnologias, reforçam a importância dos sistemas para além de conforto térmico e segurança.

“É o sistema mais importante porque, além do conforto, o ar-condicionado será essencial para controlar a temperatura das baterias em alguns modelos e para preservar toda a eletrônica empregada no sistema elétrico. Os cuidados com o fluido, as ferramentas, os materiais são totalmente diferentes do ar-condicionado convencional, haja vista que o fluido tem uma leve inflamabilidade, o óleo tem que ser isolante e a ferramenta tem que ser com antifaiscamento para não gerar arco voltaico no acionamento”, explica.

Sobre as diferenças para sistemas convencionais, como residenciais, industriais e comerciais, o especialista acrescenta que o “automotivo é o único sistema no mundo onde o óleo é transportado junto com o fluido refrigerante em todas as partes. Por isso, necessita de maior atenção e manutenção, além de estar sujeito a todos os limites de propriedades da física. Ou seja, não está estático, está numa máquina dinâmica que é o automóvel”.

Todo esse contexto técnico de mercado, incluindo os pilares de ESG (que estão pautando a indústria como um todo) e tecnologia, estará entre os destaques da 22ª edição da FEBRAVA, maior encontro do mercado de AVAC-R da América Latina, que voltará a reunir profissionais e as empresas que são referência nacional e internacional após quatro anos da última edição.

No caso da “Ilha de Ar Condicionado Automotivo”, um dos setores do evento, a aposta em experiências deverá ser um dos atrativos para visitantes qualificados. O espaço contará com veículo híbrido e elétrico para demonstração.

“A FEBRAVA irá apresentar ao setor mais uma opção para os técnicos de refrigeração e ar condicionado. Mostrar que o ar-condicionado automotivo não é nenhum bicho papão. As ferramentas são praticamente as mesmas e só precisa de mais informações para os profissionais atuarem com boas práticas de manutenção. O setor estará representado pelas empresas mais importantes do país. No espaço, também iremos mostrar quais as ferramentas utilizadas e como efetuar diagnóstico com segurança”, finaliza o especialista.

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